quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Poema "Autopsicografia" - Fernando Pessoa


O poeta é um fingidor

Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Analise do poema

1-Considera a 1ª Quadra.
1.1-Propõe sinónimos para o conceito "fingidor". 
R: Transformador, Simulador
1.2-Define a relação entre o plano do "fingir" (fingimento) e o de "deveras" sentir, ou seja, da sinceridade. 
R: Ele finge aquilo que sente. Finge os sentimentos.

2-Atenta a 2ª estrofe.
2.1-Identifica os elementos textuais que confirma o tópico informativo apresentado. 
R: São os leitores.
2.2- Propõe uma explicação para o verso "Não as duas que ele teve".
R: Ele teve 2 dores, uma verdadeira e uma fingida.

3- 3ª Estrofe.
3.1- Descreve o papel do "coração" e da "razão" no processo de criação poética.
R: Coração- Sentimentos, Razão - Pensar, o que leva a fingir
3.2- Identifica a figura de estilo presente nesta estrofe.
R: Comparação entre o coração e o comboio de corda.

4.Analise formal
4.1- rimática
R: Cruzada
4.2- métrica
R: 9
4.3- estrófica
R: 3 estrofes, em quadras

1 comentário:

  1. Acho que a pergunta 3.2 está errada, sim existe a comparação entre o comboio de corda e o coração mas como não está presente o "como" esta figura de estilo é uma metáfora e não a comparação.

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